OLIVUM lançou debate sobre os novos desafios para a olivicultura nacional na Agroglobal 2023

A OLIVUM, entidade líder do Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo, realizou, em parceria com a CONSULAI, um seminário na Agroglobal, no passado dia 6 de setembro, no CNEMA, em Santarém.

Sob o tema “Novos Desafios para a Olivicultura Nacional”, a maior feira agrícola de Portugal recebeu, a convite da OLIVUM, um painel de especialistas para discutir temas cruciais sobre a olivicultura e sustentabilidade no olival.

A abertura do evento ficou a cargo do presidente da associação, Pedro Lopes, que enfatizou a importância da olivicultura em Portugal e delineou os desafios e oportunidades que os profissionais enfrentam atualmente.

O setor continua a transformar-se. Está a tornar-se ainda mais moderno, tecnológico e sustentável. Mas para que seja possível acompanhar essas mudanças e estabelecer padrões elevados do setor é fundamental reforçar a inovação, cooperação e resiliência por forma a enfrentar os desafios em constante evolução no setor – comentou Pedro Lopes, Presidente da OLIVUM.

O primeiro painel de discussão foi lançado por Gonçalo Moreira, Coordenador do Programa de Sustentabilidade de Azeite do Alentejo (PSAA), que sublinhou a importância deste projeto pioneiro a nível mundial, promovido pela OLIVUM, em parceria com a Universidade de Évora.

Nesta intervenção, o responsável apresentou reflexões valiosas sobre a sustentabilidade no olival, destacando a importância de práticas agrícolas responsáveis e o seu impacto positivo na produção de azeite.

“O PSAA está já na sua segunda fase e os resultados não podiam ser mais animadores. Falamos de uma ferramenta que irá capacitar os produtores e fortalecer a posição de Portugal como líder mundial na produção de azeite de qualidade, combinando tradição, inovação e sustentabilidade”, referiu o responsável.

O olivoturismo também esteve em análise, no segundo painel de discussão, enquanto um dos grandes desafios do setor.

“Portugal tem um clima único para a produção de azeite. Este nicho de turismo é uma excelente oportunidade para demonstrar práticas sustentáveis que aliam os conceitos de modernidade, património, criatividade e tradição”, acrescentou Pedro Lopes.

A participação da OLIVUM na Agroglobal reflete o compromisso da associação em apoiar e promover, de forma contínua, a olivicultura sustentável em Portugal. A associação continua a ser uma voz influente no setor e a colaborar ativamente com profissionais agrícolas para enfrentar os desafios e oportunidades em constante mudança.

Setembro 21, 2023

Referencial do Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo apresentado em Beja, no próximo dia 27 de junho

No próximo dia 27 de junho, no CIBT-Nerbe (Centro de Incubação de Base Tecnológica), em Beja, será oficialmente apresentado o Referencial de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo. Uma ferramenta pioneira a nível internacional, exigente, ambiciosa, credível e adaptada, que permitirá consolidar e otimizar o desempenho ambiental, social, económico e cultural da produção olivícola da região. Durante o encontro será também lançada a 2ª Fase do Projeto.

Referencial do Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo

Nos últimos anos, o Alentejo tem se consolidado como a maior região produtora de azeite em Portugal. Com a incorporação de novas áreas de regadio, e o desenvolvimento de olivais modernos, produtivos e eficientes, o Alentejo, em 2022, produziu 85% do azeite nacional, posicionando Portugal como o 6º maior produtor do mundo, e o 3º maior exportador da União Europeia.

Nesse contexto, a OLIVUM (Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal), em parceria com a Universidade de Évora, lançou o Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo (PSAA), cujo objetivo é reconhecer e reforçar o desempenho sustentável da produção olivícola, nas suas componentes ambientais, económicas, sociais e culturais.

De forma a cumprir o seu objetivo em apoiar produtores de azeitona e de azeite da região do Alentejo, na consolidação e melhoria do seu desempenho, o projeto desenvolveu um Referencial de Sustentabilidade.

O Referencial de Sustentabilidade foi pensado e desenhado de acordo com uma abordagem co-criativa, envolvendo membros da academia, produtores de azeitona e de azeite, e outros membros da cadeia de valor, em todo o processo. Estes elementos participaram em várias sessões de debate, nas quais efetivaram áreas de intervenção, críticas, para determinar o desempenho sustentável da produção.

Para além da atribuição de um nível global de sustentabilidade, a ferramenta avalia determinado produtor perante cada área de intervenção – Solos, Água, Doenças e Pragas, Eficiência Energética, Excedentes e Sobrantes, Recursos Humanos, Qualidade, Ar, Biodiversidade, Desenvolvimento Regional, Património e Embalamento. 

Esta avaliação permite a atribuição de um Plano de Melhoria Contínua a cada produtor aderente, com o conjunto de ações necessárias para alcançar níveis de sustentabilidade superiores.

O Referencial de Sustentabilidade do Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo, será oficialmente apresentado no CIBT-Nerbe (Centro de Incubação de Base Tecnológica), em Beja, no próximo dia 27 de junho, entre as 09:30 e as 12:00.

O evento será formalmente aberto por Pedro Lopes, Presidente da OLIVUM, seguido de um breve resumo daquilo que foi a 1ª Fase do Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo (PSAA), por Gonçalo Moreira, da OLIVUM.

De seguida será feita uma apresentação do Referencial de Sustentabilidade e da Plataforma de Avaliação e Classificação, por Gonçalo Moreira, da OLIVUM. Por último, Mª Raquel Lucas, da Universidade de Évora, lançará a 2ª Fase do Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo.

As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias, e podem ser efetuadas através aqui.

Consulte o programa na íntegra, aqui.

Junho 16, 2023

Sustainability4OliveOil: Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo promove evento

O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo convidou um painel de oradores nacionais e internacionais para marcarem presença no Sustainability4OliveOil, um evento organizado pela Universidade de Évora, que se realiza no dia 16 de maio, no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), em Évora.

Sustainability4OliveOil

Ao longo da primeira parte três key note speakers farão as suas intervenções. A Professora Adele Finco, da University Politecnica Marche (Itália), abrirá a sessão com uma apresentação sobre a sustentabilidade e competitividade da cadeia de valor do azeite virgem extra. De seguida, o Professor Davide Neri, também da University Politecnica Marche (Itália), falará sobre a arquitetura da oliveira e a poda em olivais modernos. A primeira parte será então encerrada por Francesco Montanari, especialista em direito agroalimentar e Diretor dos Assuntos Jurídicos e Regulamentares da Arcadia International.

A segunda parte da sessão será de debate, numa mesa-redonda moderada pelo jornalista da RTP, Alexandre Brito, com os contributos de Adele Finco (University Politecnica Marche), Davide Neri (University Politecnica Marche), Giuseppe Colantoni (Agrónomo na UNIVPM e Consultor) e Luis Vaz Freire (Certis).

Programa Sustainability4OliveOil

09:00 Receção aos Participantes

09:30 Key Note Speaker Adele Finco – University Politecnica Marche (Itália)

10:00 Key Note Speaker Davide Neri – University Politecnica Marche (Itália)

10:30 Key Note Speaker Francesco Montanari – Arcadia International

11:00 Coffee Break

11:30 Mesa Redonda

  • Moderação: Alexandre Brito – Jornalista RTP
  • Adele Finco – University Politecnica Marche (Itália)
  • Davide Neri – University Politecnica Marche (Itália)
  • Giuseppe Colantoni – Agrónomo na UNIVPM e Consultor
  • Luis Vaz Freire – Certis

13:00 Encerramento

As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias.

Maio 5, 2023

Olivicultores do Alentejo vão ter referencial para os guiar rumo à sustentabilidade

Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo no Jornal de Negócios

Grupo piloto inclui 19 produtores que englobam 12% da área de olival do Alentejo e 12 lagares que representam 10 marcas de azeite.

sustentabilidade

O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo (PSAA), projeto liderado pela Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, está a desenvolver um referencial com boas práticas e um guia personalizado para os produtores de azeitona e de azeite evoluírem nas práticas sustentáveis, nas dimensões ambiental, social e económica.

A ferramenta, que está a ser desenvolvida juntamente com a Universidade de Évora, “irá induzir, medir e monitorizar o desempenho dos agentes económicos produzindo um relatório de diagnóstico individual para cada produtor”, explica Gonçalo Moreira, gestor do PSAA, ao Negócios.

Para que uma empresa seja reconhecida pelo PSAA como sustentável, terá de cumprir diferentes parâmetros de diferentes temáticas, no olival ou no lagar, ou em ambos. Todos os critérios terão diferentes níveis de sustentabilidade, para que a empresa possa ir aumentando o seu nível de sustentabilidade e melhorando as suas ações de forma programada e assente num plano de ação individual. Cada critério permite a classificação do produtor de acordo com quatro níveis de sustentabilidade – pré-inicial, inicial, intermédio e desenvolvido.

Leia o artigo completo no website do Jornal de Negócios.

Janeiro 24, 2023

Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo perto de concluir referencial de sustentabilidade, pioneiro a nível internacional

Na passada terça-feira, dia 6 de dezembro, produtores de azeitona e de azeite, juntamente com a OLIVUM (Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal), reuniram-se com a Universidade de Évora, para validar a primeira versão do referencial a ser produzido no âmbito do projeto, assegurando assim uma ferramenta exigente e ambiciosa, mas credível e adaptada à realidade em simultâneo.

referencial

O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo (PSAA), projeto liderado pela OLIVUM (Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal), arrancou em abril, com o objetivo de reconhecer, reforçar e valorizar o desempenho ambiental, social, económico e cultural do setor olivícola.

De forma a cumprir o seu objetivo, o projeto comprometeu-se com o desenvolvimento de um referencial de sustentabilidade, pensado e desenhado de acordo com uma abordagem co-criativa, envolvendo membros da academia, produtores de azeitona e de azeite, e outros membros da cadeia de valor, em todo o processo. Este referencial, pioneiro a nível internacional, identifica um conjunto de áreas primárias e secundárias de intervenção, com um conjunto de critérios associados, críticos para determinar o desempenho sustentável da produção olivícola. Os critérios encontram-se nivelados, de acordo com o cumprimento de boas práticas, para que seja possível enquadrar e classificar o desempenho do produtor perante cada área de intervenção, permitindo que este perceba não só onde está, mas também até onde pode chegar.

Numa fase inicial o PSAA reuniu um conjunto de produtores piloto interessados em participar no desenvolvimento do referencial, contribuindo com a visão pragmática de quem está no terreno. Com o grupo de produtores formalizado, o projeto partiu para a dinamização de sessões de debate, nas quais foram expressas e analisadas um conjunto de questões e preocupações prementes associadas à produção olivícola, que efetivaram as áreas de intervenção estruturantes do referencial.

Com as áreas de intervenção legitimadas, a Universidade de Évora, na qualidade de entidade parceira do projeto, atribui-lhes um conjunto de critérios de avaliação. Cada critério permite a classificação do produtor de acordo com quatro níveis de sustentabilidade – pré-inicial, inicial, intermédio e desenvolvido – classificação essa, que depende do cumprimento, ou do não cumprimento, de um dado número de boas práticas atribuídas a cada um dos patamares.

Após a identificação dos critérios e do seu nivelamento, o PSAA avançou para validação dos mesmos junto dos produtores piloto.

Na passada terça-feira, dia 6 de dezembro, os produtores piloto reuniram-se com a equipa do projeto (OLIVUM e Universidade de Évora), no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia, em Évora, para debaterem os critérios e os níveis propostos para o referencial, com o intuito de ajustar aquilo que se pretende uma ferramenta exigente e ambiciosa, mas simultaneamente credível e adaptada à realidade. Os produtores piloto foram convidados a fazer uma leitura prévia dos critérios e níveis propostos e consequente autoavaliação, permitindo uma discussão rica e pertinente. Durante a sessão, que teve uma duração de dez horas, foram debatidas as seguintes áreas de intervenção: recursos humanos, gestão da água, eficiência energética, gestão de resíduos e de excedentes, gestão de doenças e pragas e gestão de solos.

A reunião permitiu uma discussão aprofundada e muito participada, garantindo critérios de avaliação ambiciosos e de referência internacional para uma produção olivícola sustentável.

A sessão efetivou mais uma vez os valores do PSAA, a cooperação, traduzida na abordagem de co-criação, a transparência, através do contributo de cada produtor, e a credibilidade, na exigência e no rigor desejados para o programa.

Com a validação das áreas de intervenção primária, o PSAA continuará o seu trabalho com a conclusão e validação das áreas de intervenção secundária e com a ponderação de cada critério. Depois de concluído, o referencial será introduzido numa aplicação digital, para que cada produtor faça a autoavaliação, ficando a conhecer o seu desempenho de sustentabilidade e plano de melhoria contínua.

Janeiro 24, 2023

Migração, desenvolvimento sustentável e papel do PSAA, por Mª Raquel Lucas

Semanário Registo

A migração é um fenómeno global premente, interligado com direitos humanos, sustentabilidade, desenvolvimento económico e geopolítica. Tem um inegável impacto na gestão e implicações importantes nas atividades, estratégias, estruturas e processos de tomada de decisão das empresas. É também um desafio para as universidades que não devem ignorar este conceito de limiar, integrando-o nos planos curriculares e remodelando a forma de pensar dos académicos sobre as relações complexas e, nalgumas situações, paradoxais entre organizações, estados e sociedade civil.

A migração é um dilema a vários níveis. No mercado de trabalho, segundo a OIM (International Organization for Migration), se por um lado, os trabalhadores representavam cerca de dois terços do número total de 281 milhões de migrantes em 2021, por outro, há escassez crescente de trabalhadores. Isto torna a migração de mão de obra um tópico importante para todos, desde as indústrias e empresas, às sociedades anfitriãs onde as reações anti-imigração, os incidentes de violência xenófoba e o tráfico de mão de obra e também manifestações contra este tráfico e a favor dos direitos dos trabalhadores migrantes convergem. A procura crescente por mão de obra tem tido também reflexos na formulação de políticas, sobretudo nos países recetores de migrantes onde estas políticas se tornaram, nalguns casos, mais restritivas nos últimos anos.

Na comunicação social e nos debates políticos, a tensão entre a procura por mão de obra migrante e a perceção pública dessa migração como um problema são descortináveis.

Na investigação, é aparente a ausência e/ou incipiência de estudos multidisciplinares que sustentem do ponto de vista técnico e científico o fenómeno da migração e o seu impacto para a gestão. Importa sobretudo analisar e perceber as inter-relações entre migração, negócios e sociedade, porque a migração interage com muitos outros aspetos, como a liderança, a estratégia, a ética e responsabilidade social, o empreendedorismo e, a gestão intercultural e de recursos humanos.

Ao nível da Sustentabilidade, conforme patente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, existe uma relação robusta entre migração e desenvolvimento sustentável. Relação esta dependente dos: 1) estados que definem as políticas relacionadas ao movimento de pessoas, equilibrando-as a pressões de outras partes interessadas, como o setor privado e a sociedade civil; 2) industriais e empresários que solicitam redução das barreiras à imigração pela necessidade de mão de obra e/ou de limitações sindicais; 3) processos de recrutamento de recursos humanos e das questões de atração de candidatos migrantes suficientes e retenção dos contratados; 4) migrantes, quando podem tomar as suas próprias decisões sobre onde trabalhar, por quanto tempo e em que condições.

Daí que acomodar todas estas questões, incluindo a migração em geral e o tráfico de mão de obra agrícola, em particular, seja uma preocupação e, por isso, um dos temas de intervenção primários, no âmbito do PSAA (Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo), um projeto da Olivum – Associação de Olivicultores do Sul, em parceria com a Universidade de Évora e a CONSULAI, para o qual se buscam possíveis soluções. Entre estas, o repensar e redesenhar as práticas de contratação e a criação de normas de boas práticas para o recrutamento e contratação de mão de obra, em geral e, em particular, dos trabalhadores migrantes.

Afere daqui a importância capital do papel do PSAA no auxílio à resolução de alguns dos problemas inerentes à migração de trabalhadores e ao combate ao tráfico de mão de obra agrícola. Do ponto de vista empresarial importa: 1) fazer a distinção entre empresas de prestação de serviços e empresas de trabalho temporário; 2) adotar uma tipologia de liderança responsável; 3) refletir sobre e ajustar processos de formação de identidade multicultural, criação de sentido e aculturação, entre outros; 4) compreender como os ativos de capital humano são vinculados à localização e acessíveis a todas as empresas estabelecidas naquele local; 5) perceber de que forma a migração modificou o equilíbrio das vantagens de capital humano específicas do Alentejo. Isto porque as mudanças nos padrões de migração internacional também induzem mudanças (nalguns casos inesperadas) na vantagem competitiva das empresas, dos países e regiões recetores e emissores de migrantes.

O envolvimento empresarial na gestão dos recursos humanos e, mais especificamente, na força de trabalho migrante passa assim por várias interseções, de políticas comunitárias e nacionais e da confiança das empresas nos migrantes e no regime de imigração, económicas, de comércio e empreendedorismo, multissetoriais, de empresas e industrias com organizações intergovernamentais, académicas, sociedade civil e as cadeias de valor globais e, socioculturais, refletindo ou remodelando as atitudes de todos em relação à temática em causa. Isto porque a migração é e continuará a ser uma característica permanente do crescimento económico e da mudança social, em estreita relação com os negócios, a sociedade e a sustentabilidade. Daí o PSAA querer estar na vanguarda, dando a merecida atenção à migração de trabalhadores e a todos os processos de contratação de recursos humanos.

Dezembro 22, 2022

A iniciativa Produção de Azeite Sustentável pretende chegar junto dos alunos do 1.º ciclo do concelho de Beja

Aníbal Fernandes | Diário do Alentejo

Alunos no olival.
A OLIVUM, a maior associação de olivicultores e lagares do país, tem em marcha o Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo. Iniciada em maio, a iniciativa pretende agora chegar junto dos alunos do 1.º ciclo do concelho de Beja e mostrar toda a fileira, desde o campo ao embalamento, e as práticas de sustentabilidade usadas na sua produção.

“Começamos com os alunos mais novos por razões logísticas e por serem os que, devido à idade, demonstram mais curiosidade, mas para o ano queremos chegar a outras idades”. Quem o diz é Gonçalo Moreira, gestor do Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo.

A opção pelos alunos do 1.º ciclo ficou a dever-se a uma maior facilidade de contacto com as escolas e à operacionalidade das visitas, uma vez que cada turma apenas tem um professor.

A OLIVUM, que representa cerca de 85% da área de olival em Portugal, lançou o Programa de Sustentabilidade do Azeite do Azeite do Alentejo em parceria com a Universidade de Évora, com o objetivo de “responder a desafios prementes do setor olivícola, através da implementação, valorização e comunicação das melhores práticas de sustentabilidade (social, ambiental e económica) na produção de azeite do Alentejo”.

A Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) associou-se a esta iniciativa “na sua divulgação pelos agrupamentos escolares do concelho de Beja, na expectativa de obter o melhor acolhimento possível e a participação dos mesmos”.

Gonçalo Moreira pretende que as visitas, a realizar durante a próxima campanha, “permitam disseminar o conhecimento do território” e que os jovens fiquem a saber “como é produzido o azeite, desde a colheita até ao armazenamento e embalamento, assim como as práticas de sustentabilidade usadas na sua produção”.

O responsável pelo projeto lembra que esta cultura “está connosco há oito mil anos e faz parte da dieta mediterrânica”, sendo “um dos alimentos com mais impactos positivos na saúde humana”. Para além disso, no documento a que o “Diário do Alentejo” teve acesso, realça-se o “importante impacto na economia da região”.

Os promotores defendem que esta “é uma cultura que tem tido uma grande evolução” e que “a par da instalação de novos e modernos lagares, tem permitido um aumento na produção e na qualidade sem alterar a forma de extração do azeite das azeitonas”.

Isto com a incorporação “cada vez mais de práticas de sustentabilidade ambientais, sociais e económicas” e que permitiram ao Alentejo tornar-se na maior região produtora de azeite do País, atingindo 95 por cento do total nacional.

“Por tudo isto, queremos que os alunos conheçam como é produzido o azeite do Alentejo”, em contraponto “aos que sem ter conhecimento e de forma desinformada passam mensagens infundadas”, explica Gonçalo Moreira.

Alunos no lagar.

Com as visitas aos olivais e lagares pretendem que “os alunos contactem com a cultura e com o fruto, que vejam as técnicas usadas na produção da azeitona, para depois visitarem o lagar e acompanharem a produção de azeite desde a receção do fruto até ao produto final. Durante toda a visita serão apresentadas as práticas de sustentabilidade ambiental implementadas no olival e no lagar”.

Mas a Olivum não quer apenas explicar. Também quer falar com os jovens “sobre os temas ambientais e conhecer a sua visão e preocupação sobre esta temática”. As saídas decorrerão durante os meses de novembro e dezembro, com visitas aos olivais (com uma breve explicação sobre a cultura, rega, nutrição das plantas e biodiversidade) e a lagares (com o acompanhamento dos processos de receção, lavagem, limpeza e pesagem da azeitona, no exterior); o acompanhamento da extração do azeite (batedeiras com a pasta da azeitona, centrifugação e decantação do azeite, armazém e depósitos de azeite, linha de enchimento e embalamento); e ao laboratório e sala de controlo de qualidade da azeitona e azeite.

No final de cada visita haverá um momento de interação sobre o azeite, as diferentes categorias e “a importância da preservação ambiental”, onde se pretende que “os alunos comentem o que viram, o que aprenderam e o que pensam sobre a proteção do ambiente”. Ah! E terminará com um pequeno lanche.

Dezembro 14, 2022

Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo perto de concluir referencial de sustentabilidade, pioneiro a nível internacional

Na passada terça-feira, dia 6 de dezembro, produtores de azeitona e de azeite, juntamente com a OLIVUM (Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal), reuniram-se com a Universidade de Évora, para validar a primeira versão do referencial a ser produzido no âmbito do projeto, assegurando assim uma ferramenta exigente e ambiciosa, mas credível e adaptada à realidade em simultâneo.

O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo (PSAA), projeto liderado pela OLIVUM (Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal), arrancou em abril, com o objetivo de reconhecer, reforçar e valorizar o desempenho ambiental, social, económico e cultural do setor olivícola.

De forma a cumprir o seu objetivo, o projeto comprometeu-se com o desenvolvimento de um referencial de sustentabilidade, pensado e desenhado de acordo com uma abordagem co-criativa, envolvendo membros da academia, produtores de azeitona e de azeite, e outros membros da cadeia de valor, em todo o processo. Este referencial, pioneiro a nível internacional, identifica um conjunto de áreas primárias e secundárias de intervenção, com um conjunto de critérios associados, críticos para determinar o desempenho sustentável da produção olivícola. Os critérios encontram-se nivelados, de acordo com o cumprimento de boas práticas, para que seja possível enquadrar e classificar o desempenho do produtor perante cada área de intervenção, permitindo que este perceba não só onde está, mas também até onde pode chegar. 

Numa fase inicial o PSAA reuniu um conjunto de produtores piloto interessados em participar no desenvolvimento do referencial, contribuindo com a visão pragmática de quem está no terreno. Com o grupo de produtores formalizado, o projeto partiu para a dinamização de sessões de debate, nas quais foram expressas e analisadas um conjunto de questões e preocupações prementes associadas à produção olivícola, que efetivaram as áreas de intervenção estruturantes do referencial.

Com as áreas de intervenção legitimadas, a Universidade de Évora, na qualidade de entidade parceira do projeto, atribui-lhes um conjunto de critérios de avaliação. Cada critério permite a classificação do produtor de acordo com quatro níveis de sustentabilidade – pré-inicial, inicial, intermédio e desenvolvido – classificação essa, que depende do cumprimento, ou do não cumprimento, de um dado número de boas práticas atribuídas a cada um dos patamares.

Após a identificação dos critérios e do seu nivelamento, o PSAA avançou para validação dos mesmos junto dos produtores piloto.

Na passada terça-feira, dia 6 de dezembro, os produtores piloto reuniram-se com a equipa do projeto (OLIVUM e Universidade de Évora), no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia, em Évora, para debaterem os critérios e os níveis propostos para o referencial, com o intuito de ajustar aquilo que se pretende uma ferramenta exigente e ambiciosa, mas simultaneamente credível e adaptada à realidade. Os produtores piloto foram convidados a fazer uma leitura prévia dos critérios e níveis propostos e consequente autoavaliação, permitindo uma discussão rica e pertinente. Durante a sessão, que teve uma duração de dez horas, foram debatidas as seguintes áreas de intervenção: recursos humanos, gestão da água, eficiência energética, gestão de resíduos e de excedentes, gestão de doenças e pragas e gestão de solos.

A reunião permitiu uma discussão aprofundada e muito participada, garantindo critérios de avaliação ambiciosos e de referência internacional para uma produção olivícola sustentável.

A sessão efetivou mais uma vez os valores do PSAA, a cooperação, traduzida na abordagem de co-criação, a transparência, através do contributo de cada produtor, e a credibilidade, na exigência e no rigor desejados para o programa.

Com a validação das áreas de intervenção primária, o PSAA continuará a trabalhar no referencial de sustentabilidade, com a conclusão e validação das áreas de intervenção secundária e com a ponderação de cada critério. Depois de concluído, o referencial será introduzido numa aplicação digital, para que cada produtor faça a autoavaliação, ficando a conhecer o seu desempenho de sustentabilidade e plano de melhoria contínua.

Dezembro 12, 2022

O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo (PSAA), por Mª Raquel Lucas

Universidade de Évora | Semanário Registo

Sustentabilidade

A sustentabilidade é um ponto cada vez mais central nas cadeias de valor em todo o mundo e, um tema basilar na orientação empresarial, no planeamento das estratégias e políticas públicas e na motivação da decisão de compra por parte dos consumidores. Segundo a definição mais conhecida de desenvolvimento sustentável do Relatório Brundtland: “desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras para atender às suas próprias necessidades”, a sustentabilidade está vinculada a crescimento económico, equidade social, segurança alimentar e ecologia (proteção dos recursos naturais). Contudo, a complexidade e amplitude do conceito e as suas dimensões e facetas específicas, fazem com que este possa ser vago, analisado e interpretado sob diferentes perspetivas e, um grande desafio atual pela dificuldade de aplicação em termos práticos.

Embora muitos dos fenómenos químicos e físicos relacionados à sustentabilidade possam ser genericamente quantificáveis, outros, como as questões sociais, culturais, ambientais e paisagísticas (valores imateriais), são subjetivos e podem ser afetados por condições territoriais particulares. Daí a importância de definir os elementos-chave da sustentabilidade do azeite do Alentejo, um processo que embora complexo, servirá de guia técnico para sistemas de gestão socioeconómica e ambientalmente cada vez mais sustentáveis, ligados a uma produção de qualidade premium e a um contexto reconhecido e remunerado de conservação da biodiversidade em conformidade com as disposições do New Green Deal da União Europeia e da Agenda 2030 das Nações Unidas. Para tal está a ser desenvolvido o Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo (PSAA), um projeto recentemente aprovado que tem como principal promotor a Olivum – Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, em parceria com a Universidade de Évora e a CONSULAI.

No caso da equipa de investigadores da Universidade de Évora, o PSAA vem na esteira das lições aprendidas com o PSVA (Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo), que segue a mesma filosofia, princípios e propósitos de apoiar a melhoria do desempenho ambiental, social e económico das principais atividades relevantes da região (neste caso o azeite), promovendo o conhecimento e o reconhecimento do desempenho da sustentabilidade como ferramenta de resposta às oportunidades e necessidades do mercado e de afirmação global da marca Alentejo. À equipa multidisciplinar da Universidade de Évora e ao conhecimento e experiência com o PSVA, foram agregados especialistas noutras áreas, como as do Património Natural e Cultural, da Biodiversidade e da Neutralidade Climática.

O setor do azeite na região, embora conhecido pelos investimentos relevantes na modernização e nos bons resultados e rendimentos produtivos e qualitativos, na aposta em novas tecnologias e energias renováveis e, no incentivo à criação de emprego, enfrenta desafios urgentes relacionados à promoção da competitividade através de melhores práticas e agregação de valor de mercado, e de uma comunicação inteligente que progrida a imagem e valor do Azeite Alentejano, com referência a todos os pilares da sustentabilidade. Os principais objetivos do PSAA são: i) apoiar todos os stakeholders na melhoria do desempenho ambiental, social e económico da olivicultura; ii) promover a sustentabilidade dos azeites na região e o seu reconhecimento no mercado; e iii) desenvolver uma ferramenta para induzir, medir e monitorizar o desempenho da sustentabilidade do azeite alentejano e satisfazer a procura do mercado. O referencial de sustentabilidade do Azeito do Alentejo, as distintas áreas de intervenção e os diferentes critérios e níveis de sustentabilidade, estão a ser definidos no âmbito do PSAA, num trabalho conjunto e numa abordagem participativa e inclusiva da Academia (Universidade de Évora), da Olivum e seus associados, da CONSULAI e de outros agentes económicos, entidades, investigadores e interessados na temática. Identificar necessidades e oportunidades de cooperação e de coopetição que fomentem um ambiente favorável de negócios e induzam competitividade e adição de valor, são objetivos adicionais do PSAA. Ter um certificado de qualidade que ateste que os azeites da região são produzidos de forma sustentável nas dimensões económico-social-ambiental, que contribuem para o desenvolvimento regional e que são reconhecidos e valorizados nos mercados pelas boas práticas é o propósito final do PSAA.

Novembro 30, 2022

Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo promove debate sobre questões sociais e culturais associadas ao setor olivícola da região

Setor Olivícola

Portugal, após a campanha de 2021, passou a  6º maior produtor de azeite no mundo e 3º maior exportador da União Europeia.  O crescimento do setor olivícola, registado nos últimos anos, deve-se essencialmente ao aparecimento de novas áreas de regadio – destacando o exemplo de Alqueva – que possibilitaram a instalação de olivais modernos e eficientes e a consequente instalação de lagares.

O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo nasce da necessidade de solidificar este crescimento, tendo como principal objetivo certificar este produto, demonstrando ser produzido de forma sustentável e reforçando o seu valor. A certificação está a ser desenvolvida com o conhecimento técnico e prático da Associação de Olivicultores do Sul (Olivum), entidade promotora, com o capital científico e teórico da Universidade de Évora, entidade parceira, e com o contributo de quem está no terreno, olivicultores e produtores de azeite, assegurando que se trata de uma ferramenta rigorosa tecnicamente, e aplicável a nível prático.

Este conjunto de agentes que vão materializar a certificação foi formalizado enquanto grupo-piloto oficial do projeto no passado mês de maio, onde foi discutida a abrangência da certificação. No mês de junho o grupo-piloto reuniu-se para debater temas mais específicos, como: a gestão do solo e conservação da biodiversidade.

No dia 6 de setembro, o grupo-piloto do Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo reencontrou-se, desta vez para discutir outros dos temas específicos que a certificação contemplará: a dimensão social da sustentabilidade e do património cultural.  A sessão arrancou com o discurso de abertura de Gonçalo Almeida Simões, Diretor-Executivo da Olivum, seguindo das exposições do Professor Rui Fragoso, da Universidade de Évora, e do Arqueólogo Tiago do Pereiro, da empresa Era – Arqueologia, que tiveram como objetivo despoletar a discussão e a partilha de ideias entre o grupo.

Partindo para o debate, o grupo alertou para a importância de cada produtor fazer um levantamento e uma avaliação do património cultural existente na sua exploração, procedendo a uma correta preservação do mesmo e valorizando-o, partilhando-o e dando-o a conhecer à sociedade. O grupo demonstrou, no entanto, preocupações quanto à elevada burocracia e morosidade do processo que este levantamento e avaliação implicam. Foi também expressa a vontade de valorizar o azeite enquanto produto histórico, característico da cultura portuguesa e da dieta mediterrânica, através de museus, centros interpretativos ou roteiros.

Relativamente a questões sociais, o setor olivícola o seu testemunho quanto ao que já fazem para promover uma maior proximidade e envolvimento com os seus trabalhadores e com a comunidade, como:  a formação e as condições  oferecidas  aos seus  colaboradores, a contratação de mão de obra e fornecedores locais, o recrutamento de jovens estagiários que frequentaram universidades da região, a abertura da sua propriedade para a prática de  atividades recreativas, como a caça ou a pesca, o envolvimento com a academia em  estudos e  ensaios de campo, o apoio monetário a associações e estruturas de apoio social ou a abertura do seu olival ou lagar para visitas de estudo de alunos do ensino pré-escolar, básico ou secundário.

No entanto, o grupo demonstrou preocupações quanto à dificuldade que existe atualmente na aquisição e retenção de trabalhadores apesar das condições oferecidas. Foi ainda sublinhada a importância de uma relação transparente com a comunidade, freguesias, municípios e vizinhos, abrindo sempre que possível as portas dos olivais e lagares para dar a conhecer à população o que ali é feito.

O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo irá continuar a trabalhar na certificação e no reconhecimento do valor do setor olivícola. Acompanhe o projeto nas suas redes sociais, Facebook, LinkedIn e Instagram, ou subscreva a sua newsletter.

Novembro 30, 2022

Olival no Mediterrâneo e Mudanças Climáticas: Impactos Futuros e Estratégias de Adaptação, por Ibrahim Prazeres

Universidade de Évora | Semanário Registo
Olival

A olivicultura é uma cultura tradicional milenar na bacia mediterrânica e uma das atividades agrícolas mais significativas em Portugal, do ponto de vista financeiro, social e ecológico. Práticas de cultivo intensivas, combinadas com o clima mediterrâneo, têm sido questionadas sobre a gestão do solo, a erosão, a desertificação e a degradação dos recursos hídricos. Também práticas de gestão sustentável têm vindo a ser aplicadas, estudadas e comparadas em termos dos seus resultados. Material orgânico reciclado nos olivais tem demonstrado ser fonte valiosa de carbono, azoto, fósforo e potássio. Contudo, embora a reciclagem de materiais orgânicos disponíveis possa contribuir para aumentar o armazenamento de carbono no solo e fornecer nutrientes minerais, na maioria dos casos, não são suficientes para substituir os fertilizantes convencionais. Teores de carbono elevados no resíduo de poda podem ser atenuados com a adoção de um maneio sustentável do olival e poda modificada, resultante de uma relação bem equilibrada entre crescimento vegetativo e frutificação. Flutuações importantes nos rendimentos em azeitona podem ser gradualmente estabilizados pela aplicação de uma gestão sustentável da cultura. A redução do consumo de fatores de produção, reduz a pegada de carbono-ambiental e aumenta a resiliência do agroecossistema. Todos estes resultados científicos podem ser integrados na política agrícola e ambiental dos países mediterrânicos para a realização de uma economia circular.

Na região mediterrânica, a oliveira é considerada uma das espécies mais adequadas e adaptadas ao clima, se a gestão do olival assentar nos seguintes dois pilares essenciais, um de melhoria da fertilidade do solo através do aumento da matéria orgânica e outro, de ajuste da poda, crescimento das árvores e carga de frutos, com a gestão da água disponível e nutrientes e com o clima, em cada área e ano.

Desafios futuros relacionados às alterações climáticas ameaçam a cultura do olival e os produtores de azeitona e azeite na Bacia do Mediterrâneo, uma zona sensível face às projeções e tendências de aquecimento e secagem, considerada um “ponto quente” de mudanças climáticas. Em consequência, estratégias de adaptação de curto e longo prazo a essas mudanças climáticas e a esse futuro mais quente, seco e árido devem ser planeadas oportunamente pelos responsáveis pela tomada de decisão e por outras partes interessadas do setor.

Ter informação objetiva que possam ser usada no maneio do olival adequado à adaptação/mitigação dos impactos das mudanças climáticas sobre o ecossistema é fundamental. Para tal, ter projeções climáticas viáveis, suportadas em conhecimento ambiental e socioeconómico sólido, será de grande valia. Tal poderá apoiar diferentes estratégias de adaptação, na medida em que uma única estratégia pode não ser suficiente para neutralizar os impactos negativos das mudanças climáticas. Também a combinação do uso de cultivares com florescimento precoce e menor necessidade de rega, pode ser outra estratégia. A gestão sustentável do olival e da produção de azeite, é outra das estratégias, que o PSAA (Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo), persegue com o propósito de melhoria do desempenho ambiental, social e económico na região Alentejo e a criação e promoção do conhecimento.

Na realidade, para lidar eficazmente com as mudanças climáticas projetadas, uma das principais estratégias, no curto ou no longo prazo, é a de criar e disseminar conhecimento, dando mais atenção e ampliando o espectro da investigação aplicada. Por um lado, o potencial de adaptação das diferentes estratégias para lidar com os impactos das mudanças climáticas necessita ser clarificado através de conhecimento científico. Por outro, escasseia conhecimento sobre a forma como as alterações climáticas podem ser benéficas para o setor agrícola. Finalmente, porque importa conhecer como os novos modelos de negócio circulares podem ser configurados no setor olivícola. Para tudo isso o conhecimento e a sua transmissão é fundamental!

Novembro 30, 2022

Morada

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